30 de jan. de 2012

Albert Hoffman parte I


Salve navegantes!!!

Bom, numa reflexão sobre nosso trabalho aqui no blog, cheguei a seguinte questão, como falar de psicodélia e não falar de um dos grandes nomes desse movimento? Albert Hoffman, devido a longa historia do pai da criança problema, dividiremos esse post em duas partes. Grande abraço!
Paz e Luz



Albert Hoffman, o pai de uma das droga psicodélica mais potente do mundo, morreu em 1 de maio de 2008 de ataque cardíaco na sua casa perto de Basiléia, na Suíça, aos 102 anos de idade. O anúncio foi feito no site da Associação Multidisciplinar de Estudos Psicodélicos, entidade californiana que promove a investigação médica de substâncias como o LSD e maconha, e que reeditou o livro de Hoffman em 2005. Terá morrido “feliz e satisfeito” por ter visto “a renovação da investigação científica da psicoterapia à base de LSD”.

A imagem projetada por este homem, nascido em Baden em 1906, doutorado em 1929 pela Universidade de Zurique, que vivia numa pacata vila do Jura e trabalhou para a empresa farmacêutica Sandoz. Imagina-se um severo cientista de comportamento tão impecável como a sua imaculada bata de laboratório, mas Hoffmann defendeu sempre o LSD enquanto “medicamento da alma” – não só contra doenças d foro psiquiátrico como a esquizofrenia, mas também para combater a superficialidade humana dos tempos modernos. E acusou os apóstolos da era psicodélica – o mais célebre dos quais foi Timothy Leary, professor de psicologia de Harvard e um dos maiores promotores do abuso do LSD pelos estudantes norte-americanos – de terem arruinado o futuro promissor da droga. Devido a esses abusos e às histórias de terror em torno das trips que acabavam mal, deixando seqüelas psíquicas ou conduzindo ao suicídio alucinado os seus consumidores “recreativos”, o LSD, comercializado pela Sandoz desde 1947 sob o nome Delysid para exclusivo uso médico, foi ilegalizado em 1966 nos EUA e na Europa e a sua produção industrial interrompida.



O dia da bicicleta

A descoberta do LSD não foi de fato acidental. Quando da sua primeira trip Hoffman andava há anos a estudar ingredientes de plantas medicinais, tendo sintetizado este composto cinco anos antes, em 1938. Mas a descoberta dos efeitos espetaculares do ácido ao nível psíquico foi fortuita.

Tudo começou na sexta-feira 16 de Abril de 1943. Hoffman estava a repetir, no seu laboratório da Sandoz, em Basiléia, experiências com a “dietilamida de ácido lisérgico-25”, o vigésimo quinto composto que fabricara a partir da chamada ferrugem do centeio. A ferrugem é um fungo tóxico, mas é também a fonte de medicamentos como a ergotamina, que serve para aliviar as enxaquecas, e a ergometrina, usada para provocar o parto e controlar hemorragias.

Nesse dia, Hoffman começou subitamente a ter vertigens (sob o efeito de uma ínfima dose de LSD-25 que pingou sobre sua mão teria sido absorvida através da pele). Como não conseguia se concentrar, decidiu ir para casa, onde passou o resto do dia mergulhado em coloridas alucinações.

Na segunda-feira seguinte, regressou ao laboratório já recuperado e convencido que o estranho estado mental do fim-de-semana se devia ao LSD-25. Para confirmar tomou, desta vez deliberadamente, um quarto de grama – uma dose pelo menos cinco vezes maior do que é necessário para ter alucinações. Temendo ficar doente, pegou na bicicleta e foi para casa – mas a trip apanhou-o a meio caminho. Para os adeptos do LSD, aquele dia será para sempre recordado como o “dia da bicicleta”.

Hoffman publicou mais tarde um relato da sua experiência contando que, na altura, pensou que tinha enlouquecido. Desta vez, a trip foi má e Albert teve alucinações aterrorizadoras. No dia seguinte, os efeitos tinham desaparecido e ele sentia-se “perfeitamente bem”.


continua...

27 de jan. de 2012

I'll take a train in tecnicolor parte III

Salve Navegantes!!!
Deixo hoje pra vc´s a ultima parte da matéria "I'll take a train in tecnicolor", a qual da sequencia a historia da banda Os Mutantes. (Pra quem não acompanhou as partes anteriores, Parte I, Parte II) grande abraço.
Paz e Luz!



Depois do fim

Os Mutantes voltariam a ser notícia em 1992, quando os principais jornais brasileiros divulgaram que o grupo iria retornar em sua formação clássica. O que aconteceu na verdade foi um convite de Almir Chediak para que o grupo se reunisse em uma gravação. Sérgio tocou em alguns discos solo de Rita nas décadas de 1970 e 1980 e se apresentou em alguns concertos dela em 1992.

Nesses espetáculos, a plateia gritava o nome de Arnaldo. Ainda naquele ano, Sérgio Dias convenceu Mayrton Bahia, diretor artístico da PolyGram, a lançar O A e o Z, gravado em 1973. A gravadora atendeu o pedido do ex-Mutante. Em 1996, o selo Natasha Records lançou um disco-tributo ao Mutantes, no qual os vários sucessos do grupo foram interpretados por artistas do cenário pop brasileiro, como Arnaldo Antunes, Kid Abelha, Lulu Santos, Pato Fu e Planet Hemp.
No ano 1999 a gravadora Universal, dona do catálogo da extinta Polydor, finalmente resolveu lançar Tecnicolor, o álbum gravado pela banda durante sua passagem pela França em 1970. A ilustração e a caligrafia do álbum, na versão editada no ano de 1999, são da autoria de Sean Lennon. Na época, em 1970, a PolyGran inglesa convidou o grupo a morar em Londres e pediu para que eles gravassem um álbum com canções em língua inglesa. Apenas Arnaldo Baptista sabia desse convite e só contou aos outros integrantes após regressaram ao Brasil.


Em fevereiro de 2005 a revista britânica Mojo incluiu o álbum Os Mutantes em sua lista de "50 Most Out There Albums of All Time" (algo como os "50 Discos Mais Experimentais de Todos os Tempos"). Eles obtiveram a 12ª posição na lista, à frente de nomes como Beatles,Pink Floyd e Frank Zappa. Ainda em 2005, a também britânica Q Magazine igualmente colocou o álbum em 12º lugar, em sua lista dos "40 greatest psychedelic albums of all time" ("Os 40 maiores discos psicodélicos de todos os tempos).

Em 2006, os Mutantes foram homenageados na mostra Tropicália - A Revolution in Brazilian Culture, no Barbican Hall, em Londres, o principal centro cultural da Europa. Alegando compromissos agendados na mesma data do convite, Rita Lee não aceitou o convite. Liminha também declinou. Sérgio Dias, Arnaldo Baptista e Dinho Leme (que não tocava profissionalmente há cerca de trinta anos) aceitaram. Ao grupo original, juntou-se a cantora Zélia Duncan no lugar de Rita Lee e músicos da banda de Sérgio. Todos os ingressos para o concerto foram vendidos antecipadamente, teve como banda de abertura o grupo pernambucano Nação Zumbi e do músico texano Devendra Banhart, fã dos Mutantes. A primeira apresentação dos novos Mutantes se realizou com grande êxito no dia 22 de maio em Londres e foi gravada para futuro lançamento em CD e DVD, pela gravadora Sony BMG. Depois do concerto em Londres, os Mutantes seguiram para temporada nos Estados Unidos. Eles se apresentaram no Webster Hall, em Nova York, no Hollywood Bowl, em Los Angeles, no The Fillmore, em San Francisco, no Moore Theatre, em Seattle e Cervantes Masterpiece Ballroom, em Denver - além de participarem do Pitchfork Music Festival, em Chicago. Ainda naquele ano, a gravadora Universal remasterizou todos os disco da banda dos anos de 1968 a1972, fazendo uso das fitas originais.



Em 25 de janeiro de 2007, o grupo faz sua primeira apresentação no Brasil em quase trinta anos. O concerto fez parte dos festejos do 453º aniversário da cidade de São Paulo e levou cinquenta mil pessoas ao Museu do Ipiranga. Em seguida, o grupo realizou uma turnê pelo Brasil. Em setembro daquele ano, Zélia Duncan e Arnaldo Baptista anunciaram a saída dos Mutantes. Zélia alegou que queria se dedicar mais a sua carreira solo. Arnaldo queria se dedicar aos seus projetos pessoais, que incluem escrever uma autobiografia, lançar um livro de ficção (Rebelde Entre os Rebeldes) e dois álbuns da Patrulha do Espaço, e promover uma exposição com suas pinturas e esculturas.


Sérgio Dias e Dinho Leme mantiveram a banda, que lançou em 25 de abril "Mutantes Depois", a primeira canção inédita dos Mutantes em mais de três décadas. O compacto pode ser baixado gratuitamente na Internet. A canção está presente na trilha sonora da novela Os Mutantes - Caminhos do Coração da rede Record.


Álbuns para download


25 de jan. de 2012

Carlos Castaneda








A Erva do Diabo, seu primeiro livro, também tese de mestrado, tornou-se um best-seller entre os jovens do movimento hippie e da contracultura, que rapidamente elegeram Castaneda um guru da nova era e formaram legiões de admiradores que queriam, por conta própria, reviver as experiências descritas no livro. Também era bastante relevada no meio acadêmico, sobretudo porque, em seu princípio, tratava-se de uma obra de cunho científico.

Uma controvérsia se formou em torno de sua figura tanto por parte de admiradores, que queriam encontrar Don Juan pessoalmente e de alguma forma fazer parte do processo de aprendizado, quanto de céticos, que queriam encontrar motivos para desacreditá-lo academicamente, argumentando que o testemunho fornecido em seus escritos era ficcional e apontando a escassez de fontes documentais sobre sua pesquisa de campo junto ao mestre indígena.


Em 1973, no auge de sua fama, a conhecida revista norte-americana TIME (leia aqui) publicou uma extensa matéria de capa sobre o autor. Esta só foi conseguida depois de muita insistência junto aos agentes literários do autor que, inclusive, posou para fotos em ângulos parciais, o que sempre evitava a todo custo.

A abrangente matéria notabilizou-se por publicar o resultado de uma suposta investigação envolvendo a biografia de Castaneda antes da fama, e tinha entre seus objetivos implícitos e explícitos, o propósito de retratá-lo como um mentiroso. A reportagem alega que Castaneda era peruano, nascido na andina cidade de Cajamarca, cuja origem remonta ao império inca. A reportagem cita amigos da terra natal e mesmo uma irmã de Castaneda falando sobre traços da personalidade de Castaneda, como alguém dono de imaginação fértil e entregue ao vício do jogo. Segundo ela, Castaneda seria filho de um relojoeiro e teria nascido no ano de 1925. Aos 24 anos, em 1951, teria decidido imigrar para os EUA após a traumática morteda mãe. No livro de entrevistas Conversando com Carlos Castaneda, da jornalista Carmina Fort, Castaneda, décadas depois, lamenta a decisão da TIME de publicar estes dados, que teriam sido inseridos porque ela "precisava de uma história". O autor ironiza o esforço da matéria em situar sua ascendência junto a índios sul-americanos.



Segundo o próprio Castaneda, ele teria nascido no Brasil, em 1935, no extinto município de Juqueri, hoje Mairiporã, no meio de uma família conhecida. Um parente - pelo lado paterno - era o diplomata brasileiro Oswaldo Aranha, famoso pela sua notável participação internacional durante a Segunda Guerra mundial. Seu pai, posteriormente um professor de literatura, tinha apenas 17 anos, e sua mãe, 15. Após a morte de sua mãe, quando tinha 6 anos, sua criação ficou a cargo dos avós maternos, pequenos proprietários rurais de uma granja. Episódios da sua infância no interior de São Paulo são descritos primeiramente em Viagem a Ixtlan e com mais detalhes em seu último livro, O Lado Ativo do Infinito. Semi-abandonado pelo pai, o autor guardou mágoa em relação a ele durante toda a vida, retratando-o algumas vezes como um homem fraco e sem propósito. Em um dos seminários que deu no final da vida, afirma que o pai havia se casado de novo e tido uma outra filha, e possuía uma grande biblioteca, tendo se tornado um notável leitor.

O jovem Castaneda foi enviado para um importante colégio de Buenos Aires, o Nicolas Avellaneda, onde permaneceu até os 15 anos estudando e onde provavelmente aprendeu o espanhol que mais tarde viria exercitar no México. Tornando-se um problema para a família pelo seu comportamento revoltoso, Oswaldo Aranha, seu tio famoso e patriarca da família, teria intercedido para que ele arrumasse um lar adotivo em Los Angeles, Califórnia, em 1951. Depois de se formar na Hollywood High School, tentou cursar Belas Artes em Milão, na Itália, mas abandonou o curso por falta de afinidade, voltando então para os EUA e matriculando-se no curso de Psicologia Social da UCLA, escolha que seria alterada posteriormente ao mudar o curso para antropologia.

Como relata em entrevista para Sam Keen, pensando em ir para o curso de antropologia, buscava a publicação de um paper para dar início à carreira acadêmica. Havia lido e escrito um pequeno ensaio sobre o livro de Aldous Huxley, As Portas da Percepção, que havia celebrizado no mundo ocidental os efeitos psicotrópicos da mescalina, alcalóide alucinógeno presente em grandes quantidades no botão do cacto de peiote, que era usado de forma ritual por vários povos indígenas americanos. Pesquisou o tema das plantas medicinais em livros como o de Weston La Barre, O ritual do peiote e partiu para o trabalho de campo. Foi então para o estado de Arizona, onde conheceu o índio brujo conhecido como Don Juan. Este viria a ser seu guia, e é personagem central nos livros autobiográficos que escreveu. O encontro com o índio foi um episódio marcante, que é recontado várias vezes na sua obra. Numa estação rodoviária, indicado por um colega da faculdade, Castaneda aproximou-se e apresentou-se como especialista em peiote, convidando o índio a lhe conceder entrevista. Como não sabia virtualmente nada a respeito do cacto, segundo relata, Don Juan teria captado sua mentira e devolvido-a com um olhar. Este olhar foi bastante significativo, pois Castaneda, normalmente um homem falante e extrovertido, ficou sem ação e tímido ao ser perscrutado. Nas explanações posteriores, diz que Don Juan o havia capturado com o olhar mostrando-lhe o nagual, pois havia visto que Castaneda poderia ser o homem que ele procurava para lhe passar seu conhecimento. Depois de mais alguns encontros, Don Juan lhe anuncia sua decisão e decide levá-lo a experimentar as plantas medicinais que Castaneda tanto pedia.

Aos poucos o jovem ocidental e acadêmico foi sendo posto ao encontro de experiências cognitivas que desafiavam o poder de explicação de sua razão, sendo forçado finalmente a mudar toda a sua concepção de mundo em prol das novas explicações que o mestre lhe fornecia e que ia compreendendo, gradualmente. Como explica no sexto livro, O Presente da Águia, o sistema de interpretações e crenças que se dispôs a estudar terminou por engalfinhá-lo, ao se revelar tão ou mais complexo que o sistema "ocidental" de interpretações do mundo. Este é um ponto chave da obra, antes inédito na antropologia e uma das fontes das acusações difamadoras que foi recebendo aos poucos. Pela primeira vez um estudioso e intelectual ocidental admitia a inoperância das suas ferramentas teóricas para classificar o objeto de estudo. O jovem ocidental viu-se forçado a admitir sua fraqueza e sua vida desordenada e vazia e um indígena aparecia como um "caçador e um guerreiro", dono de um propósito inabalável e capaz de manipular e influenciar profundamente sua percepção e visão de mundo.

Em junho de 1998, foi divulgada, muito discretamente, a notícia da morte de Carlos Castaneda, ocorrida supostamente dois meses antes, em função de um câncer.

(Texto extraído de Wikipédia) Assista ao documentário sobre a vida de Carlos Castaneda aqui.

22 de jan. de 2012

Vale a pena ser lembrado: Monterey Pop Festival

Monterey Pop Festival

Saudações jovens marujos companheiros de viagem!

Há tempos que não me apresento a frente do leme de nossa embarcação... Sim meus amigos falta do que fazer aqui, falta de vontade e cositas mas foram alguns dos fatores da ausência. Mas agora chega de explicações e blá, blá, blá e vamos direto ao assunto. I’m back! E com isso vos venho falar hoje a respeito do grande festival que abriu as portas para os grandes festivais de rock no mundo de hoje e que não é bastante mencionado ou ate mesmo conhecido por muitos. Estou me referindo ao grande Festival Pop de Monterey! Então meus jovens preparados para aportar no passado? Okey! Vamos lá! Içar Ancoras lá vamos nós! Monterey Pop Festival!

O Monterey International Pop Music Festival foi um evento com duração de três dias e ocorreu dos dias 16 a 18 de junho de 1967 (Periodo conturbado da historia Americana, vide Guerra do Vietnã), na Monterey County Fairgrounds em Monterey, Califórnia. Foi organizado pelos produtores Loud Adler e Alan Pariser, o músico John Phillips (do The Mamas & The Papas) e o publicitário Derek Taylor; entre os membros da comissão do festival estavam integrantes dos Beatles e dos Beache Boys.

É valido lembrar que nenhum dos artistas que se apresentaram exigiram cachê e toda renda arrecadada fora voltada a caridade, teve também um publico impressionante de 200.000 pessoas (era o “boom” hippie dominando os Estados unidos). Outro fato importante foi que o festival de Monterey marcou a primeira apresentação de Jimi Hendrix e do The Who nos EUA. E a estréia para grande publico da incrível Janis Joplin e do passional cantor Soul Otis Redding (The Bar-Kays). O festival foi o primeiro grande evento de rock do mundo e acabou por tornar-se um exemplo para outros grandes festivais incluindo até mesmo Woodstock.

Para maiores informações visitem: http://yelnats_yarkled.tripod.com/Monterey/index.html (site totalmente em inglês).

19 de jan. de 2012

I'll take a train in tecnicolor parte II



Em maio de 1972, com dois meses de atraso, foi lançado Mutantes e Seus Cometas no País dos Baurets. O título do disco é uma homenagem a Tim Maia, que era amigo dos Mutantes, e que chamava "baurets" os cigarros de maconha que costumava fumar. O LP mostrou a transição da banda em direção ao rock progressivo, com influências dos grupos Emerson, Lake & Palmer e Yes. A faixa "Cabeludo Patriota" sofreu com a censura e teve de mudar de nome e foram sobrepostos ruídos para esconder a frase "o meu cabelo é verde e amarelo". "Balada do Louco" (Arnaldo e Rita) foi o grande sucesso do álbum e um dos maiores da carreira do grupo. Outras canções foram bem executadas na mídia, como "Posso Perder Minha Mulher, Minha Mãe, Desde que Eu Tenha o Rock and Roll" (de Arnaldo, Rita e Liminha), "Vida de Cachorro" (de Arnaldo, Sérgio e Rita), "Cantor de Mambo" (de Élcio Decário, Arnaldo e Rita), "Todo Mundo Pastou" (de Ismar S. Andrade "Bororó"), "Rua Augusta" (Hervé Cordovil).

Foi também o último LP com a participação de Rita Lee. Alegou-se na época que sua saída ocorreu devido a diferenças musicais com os irmãos Baptista.

Ainda em 1972, foi descoberto que havia sido instalado em São Paulo o primeiro estúdio de dezesseis canais do país. Os Mutantes tentaram convencer a Polydor a lançar mais um álbum da banda naquele ano, mas a gravadora, interessada em lançar a carreira solo de Rita Lee, determinou que apenas ela assinasse o disco, alegando que não ficaria bem para a banda lançar dois LP em um mesmo ano. Por isso. o LP Hoje É o Primeiro Dia Do Resto Da Sua Vida ficou creditado apenas a Rita Lee, embora os Mutantes como um todo tenham participado ativamente do álbum tanto na composição quanto na gravação.

Já sem Rita Lee, em 1973 os Mutantes estrearam o espetáculo, "2000 Watts de Som" e gravaram O A e o Z, LP que marcou de vez a adesão do grupo ao rock progressivo. Todas as suas faixas foram compostas e executadas sob o efeito de ácido lisérgico (LSD), o que desagradou a Polydor, que não aprovou o trabalho, o considerou sem valor comercial e decidiu não lançá-lo. Além de não comercializar o disco, a gravadora decidiu demitir a banda. O álbum seria lançado somente em 1992, pela PolyGram.

Os Mutantes continuam ativos, porém Arnaldo, debilitado pelo uso contínuo de drogas (em especial o LSD) e em depressão com o final de seu casamento, apresenta comportamentos patológicos, colecionando sacos cheios de lixo, a se comunicar numa espécie de idioma inventado por ele e a fazer planos de construir uma nave espacial. Arnaldo deixa a banda, seguido pelo baterista Dinho. Em 1974, depois de uma briga com os demais integrantes, o baixista Liminha é o próximo a abandonar o grupo.

Sérgio Dias decidiu manter a banda, mas teve de reformular toda a sua estrutura. No lugar de Arnaldo, Dinho e Liminha entraram respectivamente Túlio Mourão, Rui Motta e Antônio Pedro Medeiros. A nova formação conseguiu um contrato com a Som Livre em 1974, que lançou Tudo Foi Feito pelo Sol no mesmo ano.

Mesmo após o lançamento do LP, as discussões não cessaram. Em 1976, Sérgio demitiu Túlio e Antônio, substituídos por Luciano Alves e Paul de Castro. Arnaldo recusou todos os pedidos do irmão Sérgio para que voltassem a tocar juntos. Em 1977, a gravadora lançou Mutantes Ao Vivo, gravado no MAM do Rio de Janeiro. O álbum não agradou os fãs e a crítica.

Em 1978, Arnaldo se reuniu com a banda como convidado especial em uma única apresentação, mas não aceitou o convite de Sérgio para voltar aos Mutantes'. Com mais alguns desentendimentos, Sérgio decidiu terminar com o grupo. O fim não poderia ser mais melancólico: aproximadamente duzentas pessoas comparecem ao último concerto do grupo, em 6 de junho em Ribeirão Preto.


Continua...