29 de out. de 2011

Timothy Leary e Ash Ra Tempel


Salve navegantes do barco a deriva, devido as correrias na casa de máquinas de nossa embarcação, nosso convés transformou-se em deserto, e como uma viagem pelo deserto, nos deparamos com a primeira miragem, Timothy Leary.



Leary no encontro cósmico com Albert Hofmann


Timothy Francis Leary, Ph.D. (22 de outubro de 1920 - 31 de maio de 1996), Professor de Harvard, psicólogo, neurocientista, escritor, futurista, libertário, ícone maior dos anos 60 e do hedonismo. Ficou famoso como um proponente dos benefícios terapêuticos e espirituais do LSD. De facto, o Professor Leary defendia os benefícios desta substância psicadélica como o substructio do progresso humano.
Bom, acredito que todos os que se banham nas águas da psicodélia sabem quem é o Guru do LSD, porem acredito que poucos conhecem os trabalhos culturais aos quais o grande Leary participou, entre participações com bandas de rock, até participações em filmes.


O Ash Ra Tempel nada mais era do que um bando de freaks alemães que formaram a banda na Berlim de 1970. Eles tinham o maior equipamento da cidade, já que em 1967, Harmut Enke, um moleque de 14 anos, se mandou para Londres com uma grana e lá comprou quatro caixas enormes que pertenciam ao Pink Floyd. "Arrastou" tudo de trem e balsa para casa e chamou um amigo chamado Klaus Schulze (que estava abandonando o Tangerine Dream) para conferir seu novo equipamento. Schulze fica impressionado e monta ao lado de Enke e Manuel Göttsching o Ash Ra Tempel.
Schulze não ficou muito e partiu para uma carreira solo experimental, eletrônica/ambiente. Isso não impediu que o Ash Ra Tempel continuasse criando épicos espaciais em sua insanidade, tornando-se rapidamente um dos pilares do Krautrock. A banda já havia lançado dois álbuns e para o terceiro estavam a caça de Allen Ginsberg, ídolo absoluto dos caras, que sonhavam com uma participação do poeta beat norte-americano em seu novo registro. Não localizaram Ginsberg mas ficaram sabendo que Leary havia fugido de uma prisão nos EUA e que está passando uma temporada na Suíça. Enke foi então ao encontro do guru psicodélico, que adorou a idéia, já que estava de saco cheio das bandas tradicionais inglesas como o Pink Floyd.


Leary andava nessa época muito envolvido com um escritor inglês chamado Brian Barritt e ambos estavam loucos para criar uma interpretação musical para o "mapa da mente", os sete níveis de consciência em que a mente humana é dividida. O lado A do vinil seria batizado de "Space" correspondia aos quatro níveis iniciais. O lado B é o "Time" e seria composto de instrumentais representando os três níveis superiores. Cada música corresponderia a um dos níveis. O pessoal do Ash Ra Tempel se impressionou muito com as idéias de Leary e Barritt e logo assinaram um contrato com ambos em um café chamado Juker Café, em Berne, onde Leary sentou na mesma cadeira que tinha pertencido a Albert Einstein. Leary não poderia se mover até Berlim, pois corria o risco dele ser capturado pela polícia alemã. O pessoal do Ash Ra Tempel veio para a Suíça e se instalou por uma semana em uma grande casa nos Alpes. Amigos, visitantes e até alguns músicos amadores participaram também das sessões do novo álbum. Tudo ia muito bem até que o filho de Leary carregou uma garrafa do refrigerante Seven Up com potentes ácidos cristalizados e foi oferecendo para a galera. Daí surgiu o nome do disco - "Seven Up".
Em três dias a turma produziu intensamente uma das maiores viagens sonoras. Trabalhavam letras, escreviam todas as idéias em pedaços de papel e Leary ia para o microfone espontaneamente. Todos esperavam que ele iria apenas recitar algo, discursar algumas idéias, mas a viagem era tanta que Leary começou a cantar, para o espanto do pessoal. O álbum foi mixado pelo experiente produtor alemão Dieter Dierks que aproveitou para incluir algumas 'camas' de sintetizadores juntando as faixas, deixando o álbum todo como uma longa peça musical única, apesar de conter os sete temas do 'mapa da mente'.

Apesar do alto valor histórico, "Seven Up", pode ser uma surpresa desagradável para algum desavisado que ouvir o álbum sem saber de sua atraente história. Passagens serenas e ambientes se misturam com o punk mais visceral de dois acordes! O pessoal envolvido guarda boas lembranças das gravações, porém afirma que não costuma pinçar o álbum e jogá-lo no prato da vitrola nos dias atuais. Barritt chegou a declarar que "Seven Up" só faz sentido para quem tomar um tablete de ácido e esperar pelos efeitos da droga enquanto rola os 45 minutos de viagem sonora.


Pra quem curtiu o album, esse é o link para download.

Abraços paz e luz, e se por acaso se depararem com uma tempestade de poeira em alto mar, não se assustem, porque o pau ta quebrando na casa das máquinas.

11 de out. de 2011

Poesia Delirante: Os mendigos

Salve navegantes!

Hoje, terça feira, 11 de outubro, vespéra de feriadão, venho alimentar nossa Poesia Delirante
com o conto "Os mendigos" do nosso amigo Gabriel. Deliciem-se com esse trabalho e tenham todos um otimo feriado.

Paz, Luz e Psicodélia!



Os mendigos

Num tempo futuro, um mendigo que revirava os lixos da história encontrou um fragmento – Sim! Ele ainda sabia ler – que assim dizia: “Nos primórdios, quando ainda não sabiam que apenas não sabiam que sabiam, existia o sofrimento. E, além disso, pensava-se que por um prédio ser mais elaborado e complexo que uma casa simples, ele não teria também como matéria prima cimento e tijolos...”

Nisso, utilizando da I-M-A-G-I-N-A-Ç-Ã-O, aquele mendigo voltava no tempo e, maravilhado com aquela época sombria, comentava com um de seus companheiros de rua, que, inclusive, naquele instante, se encontrava numa avenida ao lado, embora num outro distrito, algo sobre o fragmento lido:

- Dizem que tudo começou com os caramujos, mas logo começaram a trabalhar no laboratório construído dentro da única prisão. E o mais incrível: Dizem também que o horário de funcionamento lá era de 24:00 às 24:00 horas, de modo que não sabiam se nunca terminava ou se nunca começava o labor. Mas só depois ficaram sabendo que essa questão não tinha nenhuma importância, tampouco fazia algum sentido.

- Só de pensar nessas histórias – disse o outro mendigo -, sinto calafrios! Ontem mesmo, o presidente da insanidade rememorava um feudo onde o rei construiu seu castelo sobre o próprio umbigo... Que loucura! Porém, faz sentido se pensarmos que a ignorância ainda era viva, apesar de bem velhinha. O mais triste são os relatos do homem que morria todos os dias de sede enquanto nadava num poço de água potável e cristalina.

- Ah! Por favor, vamos mudar de assunto, porque dói só de pensar que bastaria ensiná-lo a abrir a boca e engolir para que a sede morresse afogada.

- Não era tão simples assim, pois havia o Conselho do Medo – Sim, esses mesmos, os que não sabiam nadar -, eles eram os donos da maior empresa de engarrafamento, e também rotulavam e vendiam garrafas d’água – Isso que hoje chamamos de água suja -. E mantendo os nadadores com uma fita pregada à boca, eles realmente os deixavam limitados. Na verdade o líder desse conselho, armado até os dentes, escondia um segredo dos próprios membros do conselho: Se os nadadores aprendessem a beber a água do poço, ninguém mais iria querer comprar sua água podre e conseqüentemente ele não teria os copos de água limpa trazidos do poço, que eram na época a moeda de troca...

Esse diálogo se estendeu por quase dois anos, apesar de ter durado apenas dois segundos, até que os dois se foram e a paisagem ficou sem dia e sem noite, perdida no logos, somente após isso, o que se estendia se entendeu.

O fato é que foi um grande espanto quando a rua ausente ouviu da boca de um filósofo mudo, também conhecido como Desipocricritisado, o sermão psicotrópico: “O melhor meio de ensinar o mundo a descascar uma cebola é ensinando uma única pessoa, porque basta que alguém pare de tentar usar o cabo da faca para cortá-la, para que outras pessoas comecem a fazer o mesmo...” Sorte, muita sorte: Não havia ninguém ouvindo essas palavras - O que seria da formiga se aprendesse a cantar? Oh! O que seria do formigueiro... -, e a rua continuou deserta, com o ranger baixinho e metálico da lixeira a balançar. Por todo o sempre.

Gabriel L’Abbate Melo

7 de out. de 2011

Psychedelic Animated Cartoons/ Desenhos Animados Psicodélicos: The Pink Panther/ A Pantera Cor de Rosa

Bom dia caros amigos do Psychonautas! Cá estou, Guilherme Antônio novamente para reviver o quadro Desenhos animados psicodélicos!!!!
E hoje vos apresento um cartoon fora de sério dos anos 60!
Estou falando simplesmente de: A Pantera Cor de Rosa.
A animação é originária dos Estudios DePatie-Freleng Enterprises e o episodio é nada mais nada menos do que o denominado: Pink Panther 39- Psychedelic Pink!
vejam o video e derretam com tamanha façanha, meus amigos Lisergicos!!!!!

3 de out. de 2011

Vitrola: Violeta de Outono

Violeta de Outono é uma banda de rock brasileira, que surgiu na cidade de São Paulo, em meados de março de 1984. Suas músicas tem em sua essência o rock progressivo psicodélico.

Em 1981, após o termino das atividades de sua primeira banda (Lux), o vocalista Fábio Golfetti conhece o baterista Claudio Souza, e juntos, participam da primeira formação da banda carioca Zero, ficando somente até gravar um dos primeiros singles da banda.
Após sairem do Zero, Fábio Golfetti e Claudio Souza se juntam ao baixista e fotógrafo Angelo Pastorello, e formam em 1984 a banda Violeta de Outono.


Em 1986, com os primeiros shows, a banda começa a ter um público cativo, e acaba sendo convidada pela loja de discos Wop-Bop para lançar um EP com apenas três músicas, dentre elas Outono, uma das músicas mais conhecidas da banda.
Após o bom resultado do lançamento do EP, a banda assina com a gravadora RCA (hoje, selo pertencente à Sony Music), que lança em 1987 pelo selo Plug, o primeiro LP, batizado de "Violeta de Outono", que além de Outono, continha músicas como Declínio de Maio, Dia Eterno e o cover de Tomorrow Never Knows dos Beatles, considerado pelos ferozes críticos da época, ser tão bom quanto o original dos Fab Four.
Já em 1989 é lançado o segundo LP, intitulado "Em Toda Parte", que acaba não tendo o mesmo resultado do LP de estreia. Neste LP destaca-se a música-título do álbum.


Porém, com o fim do selo Plug da RCA, o Violeta de Outono acaba ficando sem gravadora, e neste período o vocalista Fábio Golfetti lança, através do produtor dos primeiros LPs da banda, um flexi-disc intitulado Numa Pessoa Só, sob o nome de Opera Invisível, um projeto o vocalista segue ao longo dos anos.
Durante o início dos anos 90, o Violeta de Outono faz alguns shows esporádicos com Claudio Fontes na bateria, no lugar de Claudio Souza que se afasta da banda. Neste mesmo período Fabio Golfetti resolveu abraçar de vez o projeto "Invisible Opera of Tibet", conceito idealizado por Daevid Allen, do Gong, e que tinha como princípio a junção de uma visão em comum do universo e uma evolução espiritual, ligando músicos de vários pontos do planeta. Começou a aquecer o selo Invisível, que depois do single solo de Fabio, lançou (ao lado de Renato Mello e da cantora May East), o disco The Eternal Voice.
A partir desta data, o "Invisible Opera of Tibet" começou a tocar em pequenas casas de São Paulo, com a mesma formação do "Violeta de Outono", porém com um som mais experimental e com um pequeno público.


Nestes shows como "Invisible Opera of Tibet", surge em 1994 a idéia de fazer um show como "Violeta de Outono". O resultado foi a casa cheia.
Com isto, a banda inicia as gravações do novo álbum, que seria lançado somento de 1999, intitulado como "Mulher na Montanha", porém sem Claudio e Angelo, que saíram da banda frustrados com a pouca receptividade comercial, e foram substituídos por Sandro Garcia (baixo) e Gregor Izidro (bateria).
Durante um ano e meio, a banda com a nova formação fez várias apresentações, fazendo resurgir os velhos fãs e criando novos. Neste período, a banda chegou a abrir shows para o Focus em São Paulo e tocou com o mutante Sérgio Dias no Rio ArtRock Festival. Neste mesmo período, Angelo Pastorello volta a banda.

(Texto extraído de Wikipédia)




Álbuns para Download: